Prêmio de melhor trabalho
da UENF é de Aperibé, RJ, pelo 2º ano seguido
Keysson Vieira ganhou o prêmio de melhor trabalho
em 2013.
Manuela Blanc foi a vencedora em 2012.
Manuela Blanc foi a vencedora em 2012.
Letícia
Bucker Do G1
Norte Fluminense
Keysson
ganhou o prêmio na UENF. (Foto: Keysson Vieira/Arquivo Pessoal)
Com pouco
mais de 10 mil habitantes, a cidade de Aperibé, no Noroeste Fluminense, se
destaca quando o assunto é a Educação. Neste mês de outubro, o biólogo
aperibeense Keysson Vieira, de 28 anos, ganhou o prêmio de melhor trabalho de
tese por categoria na 'Mostra de Pós-Graduação' da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado. E se engana
quem acha que as conquistas e coincidências param por aí. Em 2012, a também
aperibeense, com 28 anos e socióloga, Manuela Blanc, venceu o prêmio na mesma
categoria, na área da Sociologia Política.
Keysson e
Manuela são exemplos de que a dedicação é mola propulsora para uma carreira de
sucesso. O biólogo possui toda sua formação em uma unidade da rede pública, o
Colégio Estadual Lourença Guimarães (CELG). Manuela também estudou no CELG e
concluiu a formação em instituição particular.
“Minha
vida escolar foi toda em uma unidade estadual. Sou grato a todos os professores
do CELG que sempre me incentivaram a estudar e procurar uma formação acadêmica
pública”, explicou Keysson.
Na UENF,
Manuela já concluiu a graduação, o mestrado e o doutorado e Keysson está
concluindo o doutorado. E graças ao 'doutorado-sanduíche', programa do Governo
Federal que proporciona parte do estudo no Brasil e outra no exterior, eles
tiveram a chance de ter uma experiência fora do país, o que contribuiu para a
vitória na premiação da Universidade. Manuela, em 2011, passou quatro meses em
Paris, na França, estudando na Université Paris-Ouest.
“Realizei
um trabalho de campo em Paris. O que seria um complemento à minha tese de
doutorado se tornou um estudo comparativo por contrates. Graças a este
trabalho, ganhei o prêmio da UENF”, explicou Manuela.
Keysson
voltou há pouco tempo de sua experiência nos Estados Unidos. Ele ficou 10 meses
estudando em Nova Jersey, na Rutgers University. A temporada americana auxiliou
em um projeto onde estuda o aproveitamento de rejeito da mamona, que pode ser
aplicado na produção de ração animal.
“Já havia
iniciado o trabalho na UENF, com a orientação da professora Olga Lima Tavares
Machado, e a experiência nos Estados Unidos foi muito enriquecedora, porque
pude realizar análises específicas. Graças a eles, venci o prêmio da 'Mostra de
Pós-Graduação'”, comentou Keysson.
Vivendo
no exterior
Manuela
sempre sonhou em conhecer Paris e realizar um trabalho na cidade luz. A
experiência foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho. Estar submersa
em uma cultura diferente ajudou a avançar na análise dos dados obtidos no
Brasil.
“Além da
realização de um grande sonho, pelo qual tive que brigar muito, foi uma
experiência maravilhosa. Quanto à qualidade na educação, trata-se de um
posicionamento diferente, uma forma de fazer as coisas diferentes, mas não
diria necessariamente melhor. É um modo de conduta que tem as suas vantagens e
desvantagens”, explicou Manuela.
Keysson
trouxe dos Estados Unidos muita experiência de vida. Abriu a visão para a vida
acadêmica e notou que os alunos brasileiros se dedicam muito mais à pesquisa do
que os alunos americanos.
“Percebi
que nós somos mais preparados que os americanos. A gente começa a desenvolver
as pesquisas ainda na graduação e eles só partem para esta etapa mais tarde.
Confesso que senti diferença de estrutura. O acesso a materiais para
desenvolver pesquisas é bem mais rápido, mas isso não desqualifica o que
desenvolvemos aqui”, disse Keysson.
Manuela
enquanto esteve estudando em Paris. (Foto: Manuela Blanc/Arquivo Pessoal)